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Chegaram as castanhas!

Incluídas habitualmente no grupo dos frutos secos como as nozes, as amêndoas ou as avelãs, que não são exatamente frutos, mas antes sementes de frutos secos, as castanhas têm um teor de amido muito superior e uma quantidade de gordura muito inferior ao desses alimentos.

O outono é a época das castanhas, alimento com antiga tradição na culinária portuguesa e que muitas vezes substituiu a batata e o pão em alturas de escassez, tendo dado origem a uma enorme variedade de pratos na gastronomia tradicional. Embora não houvesse tanta informação como a que dispomos nos dias de hoje, a verdade é que o povo, pela sua vivência, sempre lhe atribuiu importantes propriedades nutritivas.

Incluídas habitualmente no grupo dos frutos secos como as nozes, as amêndoas ou as avelãs, que não são exatamente frutos, mas antes sementes de frutos secos, as castanhas têm um teor de amido muito superior e uma quantidade de gordura muito inferior ao desses alimentos. É essa diferença no teor de gordura que lhes confere também a grande diferença no que toca ao seu valor calórico. Enquanto que as nozes e similares contêm cerca de 550 a 600 calorias (kcal) por 100 gramas, as castanhas apenas fornecem cerca de 180.

Fornecem também vitaminas do complexo B e são uma boa fonte de potássio, mineral com um papel antagonista ao sódio e por isso indicado para combater a hipertensão arterial.

Dos frutos secos, a castanha é o único que contém vitamina C, cerca de 50%-60 % da dose diária recomendada, mas que se vai perdendo com o tempo de armazenamento.

Não contém colesterol, aliás como todos os alimentos de origem vegetal.

Possuem quase o dobro do amido das batatas, hidrato de carbono de absorção lenta, o que favorece a sua inclusão na dieta dos diabéticos. No entanto, as castanhas secas, vulgarmente designadas por castanhas "piladas" que têm um teor de água muito reduzido que lhes traz a vantagem de uma muito maior conservação, são menos indicadas para diabéticos uma vez que durante o processo de secagem os amidos vão sendo transformados em açúcares simples, estes sim, mais rapidamente absorvidos pelo sangue.

Não contêm glúten, constituindo por isso também um excelente alimento para celíacos.

São um importante fornecedor de fibras alimentares, que ajudam na motilidade intestinal e contribuem para a diminuição do colesterol sanguíneo.

A sua importância e popularidade são muitas vezes associadas à consagração de um santo, seja ele S. Martinho, S. Simão ou o dia de Todos-os-Santos. E por isso em muitos lados, para o assinalar, organizam-se festas que associam o deguste das castanhas a cantigas à volta da fogueira e brincadeiras que implicam, invariavelmente, o "enfarruscamento" dos convivas. São os magustos.

Mas as castanhas, além de assadas, podem ser confecionadas de muitas outras maneiras.

Desde sopas e purés para acompanhamento de carne ou peixe, incluídas em estufados ou saladas ou como substitutos de outros fornecedores de hidratos de carbono, como as batatas ou o arroz, grande é o cardápio de receitas que deve experimentar. Basta procurá-las na Internet e dar asas à sua imaginação!

Sugestão: fora desta época, pode recorrer às castanhas congeladas, já sem casca, que se cozem em 5 minutos (sem água) no micro-ondas.

Mas, por agora, o melhor é aproveitá-las enquanto estão "quentinhas"!

Paula Veloso

Nutricionista e autora de Dietas sem Dieta, Dieta sem Castigo e Peso, uma questão de peso.

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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