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Férias com tablet ou férias do tablet?

Quando a escola termina e começam as férias de verão, as famílias têm de reorganizar a sua rotina. Os ecrãs (televisão, consola, tablets, computador, telemóvel) passam a ser um dos grandes aliados para ocupar o tempo das crianças. Mas existe uma medida certa para a utilização das tecnologias no verão? – uma questão que muitos pais se colocarão por esta altura.

Quando as nossas casas têm cada vez mais aparelhos digitais, temos de reconhecer que a ocupação dos tempos livres será necessariamente diferente do que era no passado. Isso tem consequências até na forma como as crianças socializam e mantêm o contacto com os amigos em tempo de férias. Por exemplo, é habitual iniciarem-se cada vez mais cedo nos jogos online onde podem encontrar os seus colegas.

O imaginário e os temas de conversas entre amigos passam a incluir estas atividades. Conheço uma criança que pediu aos seus pais que a festa do seu aniversário fosse um workshop para criar um jogo; depois, os seus amigos poderiam fazer download desse mesmo jogo criado e divertirem-se nos seus tablets. E jogar é apenas uma das muitas atividades que as crianças fazem online.

Uma das maiores especialistas na área dos media e das tecnologias na infância, Sonia Linvingstone, tem feito investigação sobre parentalidade digital. Uma das conclusões de um estudo recente é a de que, ainda que as crianças passem muito tempo em atividades digitais, há pouca informação de aconselhamento para os pais se sentirem preparados para lidar com o fenómeno. E, quando há esse aconselhamento, é mais centrado no papel dos pais de policiamento e de monitorização.

Esta investigadora inglesa defende que, quando existe este enfoque nos riscos, os pais ficam menos equipados para compreender as oportunidades que os media digitais apresentam para aprender, criar e para manter as crianças conectadas. De acordo com esta investigação, os filhos cujos pais usam uma combinação de ambos os métodos, incentivando comportamentos digitais positivos e envolvendo-os na definição dos limites, têm maior apetência tanto para retirar partido das oportunidades como para lidar com os desafios dos medias digitais.

Ora, o tempo de visionamento ou a jogar é uma dos principais critérios de mediação. No entanto, ainda segundo Sonia Linvingstone, a ênfase no tempo passado em frente aos ecrãs é um critério obsoleto. Defende a investigadora que os pais devem antes centrar-se em questões como o contexto (onde, quando e como é que se tem acesso aos medias digitais), conteúdo (o que é que está a ser visto ou usado) e contacto (que tipo de relações são encorajadas ou afetadas).

Para uma nova geração de pais que se sentem mais capazes de apoiar experiências digitais de seus filhos, surge a dificuldade em encontrar sugestões e aconselhamento para estes novos desafios. Nomeadamente em tempo de férias, em que este contacto com os meios digitais se torna mais intenso.

Começam a surgir atividades de verão que oferecem a possibilidade de aprender novas competências digitais em períodos de férias. Porque são atividades novas e ainda sem evidência sobre a qualidade destes produtos, é difícil para os pais tomarem decisões informadas, no que toca ao valor educativo destas iniciativas. Os critérios apontados pela investigadora inglesa, do contexto, conteúdo e contacto, podem ser usados como forma de avaliação. Por exemplo, não basta apenas as competências que são promovidas (aprender a programar ou a fazer vídeos, por exemplo), é importante também o que tipo de interações sociais que acontecem nessa atividade.

Por fim, porque o tema são as férias, uma última nota sobre o papel dos avós. De facto, os avós são muitas vezes importantes aliados para ajudar a tomar conta dos netos durante curtos períodos ou até uma grande parte do tempo das férias. Se para eles, ver televisão é uma atividade que compreendem, já a relação com os aparelhos digitais é mais obscura para muitos. Ainda que os pais fiquem sem grande margem de manobra para negociar a forma como os filhos passam o tempo com os avós, o uso das tecnologias pode ser uma ótima forma de promover a literacia digital entre mais novos e mais velhos.

Luís Pereira

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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