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Embora a alimentação e a saúde estejam intimamente relacionadas desde que se nasce até que se morre, a maioria das pessoas parece só o perceber em três períodos concretos da vida: durante a gravidez, durante o período de amamentação e no primeiro ano de vida da criança. Por isso, estas são as fases da vida em que as mães se preocupam mais com a saúde dos seus filhos e que indubitavelmente a relacionam com uma alimentação correta. A partir do momento em que a criança começa a adotar a alimentação da família, parece que mais nada importa a não ser "encher o saco" a determinadas horas, para colmatar a fome. Mas a alimentação tem de ser muito mais do que comer para ter energia e matar a fome. É preciso que ela nos forneça todos os ingredientes necessários a uma boa saúde e isso é válido para toda a vida, embora as quantidades e proporções em que os nutrientes são ingeridos vá variando ao longo de todos os estádios etários.
Uma vez que as mulheres estão especialmente motivadas para se alimentarem corretamente durante a gravidez e partindo do princípio que o fizeram, conseguirão produzir o leite suficiente para o bebé, mas deverão continuar a fazê-lo durante o período em que amamentam. Embora a qualidade e a quantidade de leite não variem muito em função da dieta da mãe, e por isso se compreende que, a não ser em situações de deficiência nutricional severa da mãe, os bebés tenham um desenvolvimento normal, uma alimentação incorreta pode conduzir a carências nutricionais na mãe (falta de ferro - anemia, ou falta de cálcio que se repercute na saúde de ossos e dentes).
Apesar destas evidências, esta é sem dúvida uma boa altura para, aproveitando a motivação materna, implementar ou melhorar bons hábitos alimentares, que beneficiarão, não só a mãe e o bebé como toda a família e para toda a vida. Não nos devemos esquecer que as crianças seguem o modelo dos pais e que, se estes se alimentarem incorretamente, não poderão esperar que os filhos o façam de forma diferente.
Apesar da produção de leite requerer uma ingestão calórica um pouco superior à que fazia antes de engravidar, o importante é comer alimentos de grande densidade nutricional e não comer grandes quantidades de comida. Um acréscimo de 500 calorias por dia ou entre 600-1000 no caso de gémeos é suficiente para garantir a produção de leite materno que deverá ser o alimento preferencial e exclusivo nos primeiros seis meses de vida.
Não há regras dietéticas especiais durante esta fase. Embora haja alguns conceitos antiquados quanto ao efeito de certos alimentos no organismo do bebé, muitos estudos comprovam que embora os alimentos que a mãe ingere possam transmitir sabor ao leite, os bebés preferem geralmente leite com sabor, mesmo que de alho. O facto de o leite adotar vários sabores poderá futuramente permitir que a criança seja mais tolerante às diferenças de sabor dos alimentos e assim possa ser menos "esquisita". Quanto à ideia de que alguns alimentos provocam gases nos bebés, também não há evidências científicas que o demonstrem. Assim, comparando bebés indianos em que as mães ingerem grandes quantidades de caril ou mães da América do Sul que incluem frequentemente pimentos na sua dieta, não se verificam mais problemas digestivos do que em crianças norte-americanas ou europeias. Quanto à flatulência provocada por certos alimentos como brócolos, bebidas gaseificadas, chocolate, etc., tal não é corroborado cientificamente uma vez que os gases intestinais são produzidos quando as bactérias intestinais interagem com as fibras presentes no intestino. E nem as fibras nem o gás intestinal passam para o leite materno, mesmo que o intestino materno os produza.
Os bebés são, sem dúvida, muito sensíveis a alguns alimentos, mas quando estes lhes são administrados diretamente e não através do leite materno. E não há dúvidas de que o leite materno é o alimento mais bem tolerado pelo sistema digestivo do bebé. Mas é vulgar atribuir qualquer indisposição do bebé ao que a mãe comeu...
No entanto, em famílias com grande incidência de alergias alimentares, será necessário estar atento a sintomas de intolerância como choro constante e irritado, acordar súbito e perturbado, erupções na pele ou fezes com muco. Um alimento demora 4-6 horas a afetar o leite materno após a ingestão de alimentos pela mãe e isso deve ser tido em conta para determinar qual o alimento suspeito. Depois deve ser excluído da dieta materna durante 2-3 semanas. Muitas vezes esse período poderá ser suficiente para que o sistema digestivo amadureça e os sintomas desapareçam.
Uma alimentação correta nesta fase será suficiente para que recupere a forma que tinha antes de engravidar. Se tinha peso a mais, siga um plano alimentar hipocalórico, mas só depois de terminar o período de amamentação.
Paula Veloso
Ana Sousa
Paula Veloso
Ana Sousa