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Desde os primeiros tempos de vida, na sua maioria, as crianças são sociáveis e procuram ativamente o contacto com os outros: jogam ao "faz de conta", brincam com os seus pares, gostam de dar e receber mimos.
No entanto, em certos casos, os pais notam que o seu filho não interage com os outros desta forma. É o que acontece com a criança autista, que tem problemas em três domínios: socialização, comunicação e comportamento.
Leo Kanner descreveu esta patologia em 1943 e cerca de um ano mais tarde, um grupo de crianças com características semelhantes foi descrito por Asperger.
As manifestações da doença são notadas quase sempre antes dos 3 anos, geralmente entre os 6 e os 20 meses de idade.
Foram propostas diversas teorias para tentar explicar o autismo.
Trata-se de uma perturbação biológica, com forte componente genético; contudo, a sua etiologia é desconhecida, parecendo ser multifatorial.
Nas décadas de 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interação da criança com os pais/família. Hoje sabe-se que esta ligação não tem qualquer fundamento.
A partir dos anos 60, com investigações baseadas em estudos de casos de gémeos e doenças genéticas associadas ao autismo (X frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, entre outras), descobriu-se a existência de um fator genético multifatorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Fatores pré-natais (como a rubéola materna) e durante o parto (prematuridade, baixo peso ao nascer, infeções graves neonatais) também parecem ter influência no aparecimento das perturbações do espetro do autismo.
O bebé com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros bebés da sua idade.
Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente ou ter medo de objetos. Por vezes tem problemas de alimentação e de sono.
Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar.
Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objetos, mover a cabeça de um lado para o outro).
Ao brincar não utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta.
Tem grande dificuldade de interagir com as outras crianças.
Não utiliza os brinquedos na sua função própria: um carro pode servir como objeto de arremesso e uma boneca para desmanchar.
Partindo do que se denomina a tríade de perturbações do autismo, com manifestações nos já citados três domínios, podemos agrupar as características:
É muito importante que a criança seja orientada o mais precocemente possível para uma consulta de Pediatria de Desenvolvimento, onde, no caso de se concluir por este diagnóstico, se irá traçar um programa de intervenção específico. Este envolve vários tipos de terapia (psicológica, de linguagem, ocupacional) e estratégias educativas. O tratamento pode também envolver psicofármacos em situações de agressividade, autodestruição ou convulsões. É fundamental a participação ativa da família.
É importante relembrar que nesta doença há uma ampla variedade, quer na qualidade quer na gravidade das manifestações da doença e que cada caso é único e tem que ser abordado de modo individualizado.
SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DE BRAGA
Este artigo é da autoria da equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS).
A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.
Ana Luísa de Carvalho e Daniela Araújo
Joana Vilaça
Cláudia Patraquim
Carla Moreira