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Falamos de enxaqueca para definir um episódio de dor ou mal-estar referido à cabeça, que pode ser uni ou bilateral, de intensidade variável, que é agravada pelo movimento e que pode durar entre 1 e 72 horas.
A enxaqueca pode surgir associada a náusea, vómitos, fono e fotofobia (agravada pelo som e pela luz, respetivamente) e um desejo intenso na procura de um lugar calmo e escuro para descansar. Esta, por vezes, pode ser precedida ou acompanhada de aura (sinais ou sintomas neurológicos que "avisam" que a cefaleia vai aparecer), que dura normalmente 15 a 30 minutos.
A aura visual é a mais comum e consiste em manchas negras, luzes ou riscas que podem afetar um ou ambos campos visuais. A existência de outros tipos de aura como hemiparesia (diminuição da força em metade do corpo), cegueira unilateral, vertigem ou confusão deve motivar a observação por Pediatra. Da mesma forma, no primeiro episódio de cefaleia com aura a criança deve ser observada de modo a excluir patologias mais graves.
Sim, existem alguns fatores precipitantes já identificados, entre os quais se incluem o stress, a ansiedade, depressão, alterações no padrão de sono e das refeições, luzes e ruídos intensos, alguns alimentos e bebidas, excesso de exposição solar, excesso de atividade física, entre outros.
O tratamento da enxaqueca consiste, numa fase inicial, na educação da criança e da família de modo a que estes sejam capazes de identificar e posteriormente evitar possíveis fatores precipitantes. Entre outras medidas incluem-se a criação de hábitos de sono regulares, horário de refeições e alimentação adequada, hidratação adequada (especialmente em dias de maior calor), a prática desportiva e a evicção de situações de stress.
Em termos farmacológicos, os analgésicos (paracetamol e ibuprofeno) são a primeira linha e devem ser dados logo no início da dor e nas doses corretas, isto é, ajustadas ao peso da criança.
Durante a crise, deve ser procurado um local silencioso, com pouca luz e que permita o sono, uma vez que, nas crianças mais pequenas, o sono pode ser suficiente para reverter a enxaqueca.
O tratamento profilático, de forma a diminuir o número e intensidade dos episódios, está indicado nalguns casos e exige seguimento regular em consulta.
A enxaqueca, como qualquer doença crónica, pode persistir até à idade adulta, contudo, nos rapazes adolescentes, as crises tendem a diminuir (ou até mesmo desaparecer), ao contrário do que normalmente acontece nas raparigas, nas quais, devido às alterações hormonais, pode haver um aumento da frequência.
SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DE BRAGA
Este artigo é da autoria da equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS).
A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.
Ricardo Jorge Silva
Susana Carvalho
Mariana Portela
Lara Navarro