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Segurança na água

O afogamento de uma criança é um acontecimento trágico que ocorre, na maioria das vezes, de uma forma rápida e silenciosa. É importante enfatizar que pode acontecer em locais com muito pouca água, como banheiras ou tanques. Além disso, nunca é de mais lembrar que ocorre com frequência em ambientes familiares.

O afogamento é responsável por meio milhão de mortes por ano em todo o mundo. Constitui a segunda causa mais frequente de morte acidental nas crianças, superada apenas pelos acidentes rodoviários.

Contudo, o problema dos afogamentos não diz respeito apenas aos casos fatais. Os casos que resultam em hospitalização apresentam, frequentemente, um desfecho desfavorável e, nos casos em que as crianças sobrevivem, podem ficar com sequelas neurológicas graves para toda a vida.

Medidas de segurança na água e prevenção de afogamento

Calcula-se que mais de 80% dos casos de afogamento podem ser prevenidos através da implementação de determinadas medidas que incluem a redução das zonas de perigo iminente, adaptando o local às características e comportamentos previsíveis das crianças, jovens e adultos, o uso de equipamento de flutuação (como as braçadeiras e coletes salva-vidas), a vigilância ativa permanente e a intervenção adequada em caso de afogamento.

Redução das zonas de perigo iminente

A medida mais eficaz na diminuição dos afogamentos é a presença de barreiras físicas que impossibilitem o acesso da criança à água, de forma a colmatar alguma falha de vigilância que, para todos os efeitos, não deverá ocorrer. As vedações para as piscinas e as tampas dos poços são exemplos deste tipo de barreiras.

Relativamente às piscinas, as vedações são as barreiras físicas mais úteis e eficientes na redução do número de afogamentos, sobretudo nas crianças até aos 5 anos de idade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o uso de vedações adequadas e permanentes pode reduzir em metade a probabilidade de afogamento. Os outros sistemas de proteção existentes no mercado para piscinas são muito pouco eficientes.

Equipamento de flutuação

A utilização de braçadeiras e/ou coletes salva-vidas é essencial para as crianças que vão para a água, fazem desportos náuticos, ou andam de barco, já que previnem os afogamentos caso a criança fique em dificuldades, se sinta cansada ou caia à água. Não obstante, nunca é de mais mencionar que estes não substituem outras medidas complementares de segurança, como é, por exemplo, o caso da vigilância.

As boias e os colchões, ao contrário do que se possa pensar, são perigosos para a criança: podem virar-se facilmente, e são frequentemente arrastados com o vento e ondulação com facilidade.

Vigilância ativa

A presença de um adulto a vigiar enérgica e continuamente a criança que está na água ou próximo de locais com água é essencial. Este deve estar com atenção e focado apenas na criança, preparado para agir imediatamente caso ocorra algum incidente e, de preferência, deve saber reanimar. Para além disso, é também importante que saiba nadar, de forma a não colocar a sua vida em risco no decurso da tentativa de salvamento.

Os alarmes sonoros instalados nas casas constituem equipamentos que auxiliam na vigilância, já que dão o alerta e apressam a assistência nas situações em que uma criança, por exemplo, transpõe uma barreira ou cai à água. No entanto, estes equipamentos são falíveis. Têm de estar a funcionar adequadamente, ser ouvidos quer dentro quer fora de casa para que possam ser usados com segurança e eficiência, bem como estar um adulto próximo da criança de vigilância que possa atuar de imediato. Nesta sequência, é importante atestar periodicamente o bom funcionamento destes sistemas.

No que diz respeito à utilização de alarmes individuais, para além do já anteriormente referido, a criança deve usar sempre a pulseira, mesmo quando não está na água, para que sejam eficazes.

Salvamento

No local onde as crianças brincam na água, deve sempre existir equipamento de socorro, como boias salva-vidas ou varas telescópicas, que permitem proceder ao salvamento de forma rápida e bem-sucedida, colocando o menos possível em risco a vida de quem está a proceder ao salvamento. Para além disso, a formação em primeiros socorros e suporte básico de vida pode ser determinante no salvamento e qualidade de vida futura da criança.

Quais as características de uma vedação eficaz para as piscinas?

Uma vedação adequada:

  • não permite a passagem de uma criança por cima, por baixo ou através dela;
  • não tem elementos que sirvam de apoio para os pés ou para as mãos;
  • tem um portão automático, em que o fecho esteja fora do alcance das mãos da criança;
  • não tem intervalos que permitam a passagem da cabeça de uma criança;
  • é sólida e estável;
  • não apresenta arestas, pregos, parafusos, juntas mal vedadas, farpas, elementos móveis ou outros que possam provocar cortes, perfuração, "entalões" ou, mais grave, amputações de dedos;
  • tem um acabamento superior liso, para não provocar ferimentos numa criança mais ousada e ágil.

Assim, uma vedação deve ter:

  • no mínimo 110 cm de altura;
  • se em rede, as aberturas devem ser inferiores a 3x3 cm;
  • no máximo 10 cm de distância entre elementos verticais;
  • no máximo 8 cm entre o pavimento e o bordo inferior da vedação. Se o pavimento for deformável, por exemplo areia, não deve existir qualquer intervalo entre a vedação e o chão;
  • portão com abertura para o exterior (do recinto da piscina), com sistema de fecho automático. O fecho poderá ser colocado na face interna do portão (do lado da piscina), a 10 cm abaixo do bordo superior da vedação (permite que um adulto de pé abra facilmente o trinco passando o braço sobre o portão, mas torna significativamente difícil o acesso de uma criança ao trinco);
  • alguma transparência de forma a que o recinto da piscina seja visível do exterior.

Quais as características que as braçadeiras e coletes salva-vidas devem possuir?

As braçadeiras devem:

  • ser adequadas ao peso da criança e estar de acordo com as normas de segurança;
  • ter pipos com saída de ar controlado;
  • ter duas câmaras-de-ar independentes em forma de anel à volta do braço;
  • ter cores garridas;
  • ser enchidas já no braço da criança para que fiquem bem ajustadas.

Os coletes salva-vidas devem:

  • ser adequados ao peso da criança e estar de acordo com as normas de segurança;
  • não ser insufláveis;
  • ser usados, em vez das braçadeiras, em águas agitadas, turvas ou profundas.

Resumo das recomendações para as famílias

  1. Manter uma vigilância ativa e permanente sempre que as crianças estejam a tomar banho, a brincar na água ou perto de locais com água (banheira, piscinas insufláveis, piscinas, poços, tanques, lagos, albufeiras, praia, etc.).
  2. Verificar o ambiente físico do dia a dia da criança e fazer as alterações necessárias para reduzir o risco de afogamento - casa de banho, zona de lavagem de roupa, etc. Por exemplo, nunca deixar uma criança com menos de 3 anos sozinha na banheira durante o banho (nunca atender o telefone ou a porta). Despejar toda a água de baldes, alguidares e banheiras imediatamente após a utilização.
  3. Vedar piscinas e proteger/cobrir poços e tanques.
  4. Escolher locais vigiados para tomar banho e nadar (praias, rios, piscinas).
  5. Colocar sempre braçadeiras às crianças quando estão a nadar ou a brincar perto de águas calmas, transparentes e com baixa profundidade.
  6. Na prática de desportos náuticos ou passeios de barco, em águas agitadas, turvas e/ou profundas, colocar coletes salva-vidas a todas as crianças, independentemente da sua idade.
  7. Tirar um curso em suporte básico de vida.
  8. Ensinar às crianças, à medida que vão crescendo e de forma adequada à sua idade e fase de desenvolvimento, as regras de segurança na água explicando os riscos (não mergulhar em locais onde se desconhece a profundidade; nadar apenas quando estiver um adulto presente e em locais vigiados; nadar paralelamente à margem; nunca atrapalhar outras crianças com brincadeiras perigosas; se alguém estiver em dificuldades, ligar de imediato o 112; não entrar na água para tentar salvar sem o devido equipamento de socorro; etc.).
Cláudia Patraquim, com a colaboração de Manuela Costa Alves, Pediatra, Serviço de Pediatria do Hospital de Braga

SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DE BRAGA

Este artigo é da autoria da equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS).

A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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