Login
Comprar
Para alunos e pais
Para professores
Para instituições
Outros produtos, serviços e funcionalidades
Blogue EV e Webinars
Ajuda
Quem marcou decisivamente na caminhada escolar? Quem é ou foi aquele professor ou aquela professora que mais marcaram? O que gostariam de lhe dizer? Lançámos o desafio a pessoas ligadas à área da Educação e aos líderes dos partidos políticos com assento parlamentar - que não responderam ou remeteram o testemunho para outros colegas. As respostas em discurso direto.
“De facto todos nós temos professores que nos marcaram, uns de forma positiva, outros, pelo contrário, de forma bem negativa. Cruzei-me com professores brilhantes que me ajudaram a construir como pessoa e como profissional. Outros marcaram-me negativamente, mas com eles aprendi que se não ganhar o respeito e a admiração dos alunos, dificilmente os ganharei para as aprendizagens necessárias.
Tive um professor de História, ainda no antigo ciclo Preparatório, que me marcou decisivamente e me abriu portas para o valor da aprendizagem, para o valor da educação e para a importância do estudo sério e empenhado. Já faleceu e ainda hoje me penalizo por não ter estado presente na sua última caminhada.
Gostava, contudo, de lhe dizer que há professores que pelo seu exemplo, dedicação e espírito aberto nos acompanham toda a vida.
O seu sentido de humor alicerçado num conhecimento profundo da natureza humana contribuiu para fazer de mim melhor pessoa e, seguramente, melhor professor também. Era um antigo professor primário e com ele também aprendi que antes de ser professor é preciso ser pessoa com valores sólidos, que valorize o trabalho e que veja sempre para além da montanha mais próxima. Obrigado professor Irnande Moreira”.
“Tive a sorte e o privilégio de ter bons professores durante o meu percurso escolar, na escola primária, na preparatória, no secundário, na faculdade.
Professores que me marcaram muito pela diferença, pela inovação, pela dedicação, pelo conhecimento das matérias, pela preocupação com os alunos.
Logo a seguir à primária, o professor José Vilaça, de Português e Francês. Na faculdade, e que ainda hoje é professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o professor António Saraiva, professor de Literatura.
Obrigado professores”.
“Os meus professores da primária (designação da altura) marcaram-me fortemente, pois aliavam a exigência ao rigor e à disciplina; mas todos os meus professores (e foram dezenas), por motivos diferentes e sempre positivos contribuíram para hoje lhes dizer, simples, mas sinceramente: ‘Obrigado, senhores/as professores/as!’ Estou-lhes muito agradecido”.
“Destacaria, decorridos os anos 90, a minha professora de Desenho (12.º ano), na Escola Artística Soares dos Reis (Porto). Arquiteta de formação (que desenvolveu a sua profissão em vários países, até se fixar na cidade do Porto), foi talvez uma das docentes mais importantes no meu percurso académico, não só pela sua grande capacidade de comunicação, mas, acima de tudo, pela sua grande competência em demonstrar a aplicabilidade, ao mundo real, dos conteúdos da sua disciplina, promovendo uma ‘ponte’ essencial com a realidade do mercado de trabalho, nacional e internacional, no âmbito das profissões de índole artístico. Associava um grande domínio didático a um profundo conhecimento científico das Artes Visuais e da Arquitetura, com uma maestria única no apoio aos projetos individuais em curso, levados a cabo por cada elemento da turma.
Enquanto aluno, foi também com ela que experimentei muitas ‘diretas’, trabalhando durante toda a noite, desenvolvendo os mais variados projetos que delineava, tendo em conta o perfil específico da turma. Hoje, como professor, tenho consciência da dificuldade de, num só profissional docente, associar este perfil de desempenho, daí também este meu merecido destaque. Pelo que sei, infelizmente, já faleceu há vários anos. No entanto, se hoje a encontrasse, seguramente lhe daria um sentido abraço e teria uma longa conversa com ela, destacando o seu papel central na definição do meu futuro académico e profissional, enquanto artista plástico e professor.
O desempenho desta minha ilustre professora, personifica uma frase de José Ribamar Feitosa: ‘Com um pé no chão e outro nas estrelas, o professor pode levar os seus alunos a todos os lugares’. Neste Dia Mundial do Professor, lanço um profundo abraço a todos aqueles que, por todo o país, e nas mais diversas (e adversas) realidades, continuam a levar a cabo uma das profissões mais relevantes para o presente e para o futuro de Portugal, adaptando, diariamente, o seu modus operandi, na procura de um desenvolvimento profissional cada vez mais adequado às exigências do seu público e do seu tempo”.
“Fui aluno em tempos de grande instabilidade docente, pelo que raramente tive um@ professor@ mais de um ano, o que limita sempre a sua influência. Mas, apesar dessas condicionantes, talvez o professor que acabou por ter um papel mais importante no meu percurso tenha sido o meu professor de Português do 9.º ano que, ai saber que eu hesitava no que escolher no Secundário e estando mais inclinado para áreas disciplinares das chamadas ‘ciências exatas’ me aconselhou, de modo adequado e não intrusivo, que reconsiderasse e fosse para as ‘Letras’ porque era aí que ele achava que eu me expressaria melhor. Hoje diria ao professor Alberto que, ao fim destes anos de docência, consigo perceber melhor que alguém exterior consiga ver melhor do que a própria pessoa aquilo que ela pode vir a ser”.
“Professora Fátima Amorim, foi a minha orientadora de estágio e a minha última professora. Com ela levei uma ‘chapada’ da realidade, algo que todos deveríamos levar, independentemente da nossa profissão. O mundo teórico, o mundo ‘bolha’ em que os alunos vivem, protegidos da dura realidade, carece de alguém que os oriente na entrada para a vida real, para que a prática quotidiana seja assimilada de forma mais natural possível.
A sua preocupação para com a minha formação não se centrou apenas no domínio dos conteúdos, mas também na vertente social, emocional e de ligação com os alunos. Algo fundamental para o sucesso na aprendizagem. A professora Fátima Amorim projetou-me para um patamar que me permite adaptar tudo aquilo que ensino às características e necessidades dos meus alunos, tirando-me da ilusão que tudo seria fácil e imediato.
A sua sensibilidade e inteligência marcaram-me profundamente e ainda hoje a recordo com muito carinho, não só pela professora que ainda é, mas pelo ser humano excecional que foi e que continua a ser”.
“Em todo o meu percurso escolar tive a sorte de ter bons professores, que usavam nuns casos da experiência e noutros da juventude, para nos transmitir a matéria e o gosto por querer saber.
Quando olho para trás são muitas as caras e vozes que me vêm à memória. De todas, é justo destacar a minha professora da Primária (agora, 1.º ciclo), a professora Dalila.
A Dalila - que gostava de ser tratada respeitosamente pelo nome próprio - deveria ter mais de 50 anos quando foi a minha professora durante quatro anos. Era alta e magra e conduzia um mini branco, com a matrícula DN-15-15 - que, para nós, se traduzia em ‘Dalila Nariguda - 30 alunos’.
As suas salas de aula eram decoradas com materiais vários, para nos ajudar a aprender, para nos atribuir tarefas e responsabilidades, para nos dar os parabéns quando nos superávamos, para cultivar uma ideia de estética e cuidado. Os momentos ‘letivos’ eram tempos de estar sentados direitos nas carteiras, de ouvir, de trabalhar, de pôr o braço no ar para perguntar as dúvidas, de usar de brio, de dar o nosso melhor. Depois havia os momentos de histórias sobre a casa da Dalila na Serra da Estrela e como lá a sua vida era diferente, ‘sem estas pestes’, dizia com imenso carinho falando de nós a nós; ou de conversar sobre como nos devíamos comportar em diferentes situações - e, tantos anos volvidos, que jeito me dá saber que uma senhora não se levanta para cumprimentar um senhor, a não ser que seja ‘o Senhor Presidente da República!’.
Hoje, com outro olhar sobre a vida, sou profundamente reconhecida à Dalila, que dedicou a vida a ‘pestes’ que adorava, que nos ensinou a ler, a escrever, a fazer cálculos, a reconhecer o país e a sua história, que se zangou quando era preciso e limpou as lágrimas de arrependimento, que encorajou a mais quando sabia que o podíamos dar. No tempo em que fui aluna da Dalila não me lembro de haver a celebração do Dia Mundial do Professor. Tenho pena. Gostaria de o ter comemorado com ela”.
“É-me difícil eleger o/a professor/a que mais me marcou, pois na minha família materna são muitas as pessoas que exercem a docência. Ao longo da minha vida cruzei-me com excelentes profissionais que me transmitiram muito de si e dos seus valores e foram esses professores que pela relação criada facilitaram as aprendizagens. Não podemos nunca esquecer isso, que a relação criada e a comunidade educativa são essenciais para o sucesso educativo.
De forma um pouco tendenciosa, terei de dizer que a professora que mais me marcou foi a minha mãe, que era professora primária. Estas contingências de ir com a minha mãe para o trabalho foram muito positivas pela proximidade que sempre tive com ela, mas também pelas muitas oportunidades de me relacionar com outras pessoas. Esta oportunidade fez com que aprendesse a ler e a fazer contas consideravelmente cedo e tais experiências despertaram-me o interesse por perceber o mundo e a natureza das coisas.
Além disso, observava a relação dela com os estudantes, uma relação de cooperação e de superação das dificuldades, a relação de exigência adequada a cada estudante e uma palavra amiga nas adversidades, bem como a capacidade de pedir desculpa, quando errava. Sim, porque a capacidade de admitir que também se erra, não nos diminui, mas faz de nós mais humanos. A esta pessoa, em particular, e a todos/as os professores/as que me deixaram um bocadinho de si e que sei que levaram um pouquinho de mim, digo: ‘Obrigada por fazeres de mim uma pessoa melhor’”.
Armanda Zenhas
Município da Lourinhã
maistecnologia.com
EKONOMISTA