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Desligar em tempo de férias

“Hoje em dia podemos ir a qualquer parte do mundo em poucas horas, e de repente já nada é fabuloso” – disse Roald Dahl, que escreveu, entre outros livros, Charlie e a Fábrica de Chocolate. Queixava-se este autor, que nasceu há precisamente 100 anos, da falta de imaginação que a quebra das distâncias trazia.

Para além disso, vivendo nós engalfinhados em sons e imagens, a capacidade para criar fantasia pode ficar atrofiada.

As férias escolares são a oportunidade para sair da rotina e fazer coisas que possam despertar nas crianças outros interesses. Visitar um museu, ver uma exposição, ir ao teatro, participar em atividades da biblioteca municipal, são apenas alguns exemplos.

Muitas vezes os pais perguntam-se como motivar as crianças para a leitura. Através deste tipo de atividades culturais, as crianças podem ganhar interesse pelos livros, porque adquirem familiaridade com certas referências, enriquecem o seu vocabulário e, não menos importante, tudo isto acontece num ambiente de lazer.

Por outro lado, acaba por ser uma forma complementar de aprender, que acontece fora da sala de aula. A escola não pode ensinar sobre tudo, por isso as atividades de férias são estruturantes para equilibrar e dar sentido às tarefas letivas. Esta é uma das formas mais eficazes de aprender, através do contexto, daí a necessidade de sair de casa e circular por locais estimulantes.

Assim descritas, as férias parecem um tempo de ócio extremamente bem aproveitado. Infelizmente, os pais olham para esta época mais como uma dificuldade, porque é preciso manter as crianças ocupadas numa altura em que continuam com sua rotina laboral. E estes espaços acabam por ser preenchidos pela televisão, consolas, tablets, computador...

Já conhecido como screen time, o tempo usado com os vários ecrãs, esta é uma das formas mais comuns de ajudar a passar o tempo em período de férias. É normal que, com os horários menos apertados, haja mais flexibilidade para ver televisão ou jogar jogos digitais. No entanto, é importante criar alternativas para que as crianças não passem o dia a olhar para o mundo através de um, ou vários ecrãs.

Útil, não só em tempo de pausa letiva, é definir algumas regras sobre tempo e até locais ou momentos para usar esses ecrãs. Por exemplo, evitar fazê-lo durante o jantar. Ou, então, encontrar um espaço na casa onde sejam ‘proibidos’ os aparelhos digitais. Aproveitando a tradição religiosa que vivemos nesta altura do ano, pode ser interessante também determinar uma hora para fazer jejum de todos os sons e imagens produzidos pelos aparelhos e, simplesmente, não recear o silêncio. Afinal, todos estes meios, ditos de comunicação, são muitas vezes eles próprios um empecilho para o diálogo entre pais e filhos.

Os pais não devem ter receio, não só de definir em família as regras, mas também de propor novas formas de exploração destas ferramentas. Por exemplo, como complemento às atividades que se possam proporcionar nas férias. Quer para a preparação das atividades propostas no início deste texto, quer depois para escalpelizar, é interessante ver vídeos sobre os sítios visitados ou encontrar na Internet informação e imagens sobre as atividades realizadas.

Roald Dahl, que não viveu no tempo da Internet nem das redes sociais, convida na sua escrita a percorrer universos imaginários e fantásticos. Os aparelhos de entretenimento proporcionam também eles experiências relevantes mas, tão importante como saber usá-los, é ter a capacidade de desligar. Em férias, carregar no botão off vai contribuir para o regresso à escola com as baterias recarregadas.

Luís Pereira

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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