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No nascimento, a maioria dos meninos ainda tem o prepúcio e a glande aderentes. Ao longo dos primeiros meses de vida o crescimento do pénis, a ereção fisiológica e a produção de um líquido gorduroso (o esmegma) ajudam a descolar o prepúcio da glande. O esmegma consiste numa substância de coloração amarelada que, por vezes, aparece na glande ou então fica visível através da pele do prepúcio sendo confundida com pus ou com cistos - mas não se trata de uma infeção, não sendo necessário espremer ou apertar, o único cuidado será a sua lavagem com água!
É a incapacidade de retração do prepúcio (não se consegue puxar para trás).
Pode ser dividida em duas formas:
A fimose deve ser distinguida da parafimose - ocorre quando o prepúcio fica retraído e não volta à sua posição habitual, o que pode ser muito doloroso para o menino e em casos extremos condicionar a viabilidade dos tecidos (congestão venosa e linfática inicial e posteriormente compromisso arterial). Este caso é uma urgência!
Durante ou logo após o banho, quando a pele está mais humedecida e flexível, os pais devem fazer uma retração leve do prepúcio (puxar a pelezinha). Devem fazê-lo até onde conseguirem sem nunca forçar! É frequente notarem um aperto a toda a volta, o chamado anel prepucial. Forçar a passagem deste anel pode fazer sangrar a pele, magoando o menino e levando a uma cicatriz e ao desenvolvimento de uma fimose patológica.
O hábito antigo de forçar um descolamento não está indicado e deve ser evitado. Se a retração leve for feita de forma progressiva e diária, haverá uma altura em que a pele virá completamente para trás. A maioria dos meninos terão descolamento e retração completa do prepúcio pelos 3 anos de idade.
Neste caso deve consultar o seu médico assistente.
Em alguns casos, a aplicação de creme ou pomada com corticoide pode ajudar a alargar o anel prepucial. Aplica-se durante cerca de 4 a 8 semanas, duas vezes por dia.
Nos casos em que predominam as cicatrizes, apenas a cirurgia resolverá o problema.
A circuncisão (ou plastia do prepúcio) consiste no corte circular da pele do prepúcio de forma a eliminar apenas o anel de pele apertado, deixando, na maioria dos casos, a glande recoberta e o pénis com aspeto "natural".
É uma cirurgia sob anestesia geral e, na maioria dos casos, necessita apenas de algumas horas de vigilância no recobro (não havendo necessidade de pernoita no hospital). O menino terá uma sutura que exigirá cuidados por parte dos pais no primeiro mês de pós-operatório.
Existem várias culturas que, por motivos religiosos e/ou étnicos, continuam a fazer circuncisão aos meninos, no período neonatal ou mais tarde, antes da adolescência. Esta cirurgia, apesar de aparentemente simples, acarreta riscos para a criança, nomeadamente, infeção e hemorragia. Alguns estudos demonstram benefícios da circuncisão: diminuição do risco de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (por exemplo, VIH, herpes simplex, papiloma vírus e sífilis), diminuição das infeções urinárias e das balanopostites. Os eventuais benefícios da circuncisão não superam os seus riscos, pelo que a sua recomendação não é universal.
A fimose pode ser fisiológica até cerca dos 3-4 anos de idade. Depois desta idade, quando o tratamento com corticoide e os exercícios falham, os meninos devem ser avaliados em consulta de cirurgia pediátrica. Se existirem sinais de alarme, como as balanites ou as infeções urinárias repetidas, a circuncisão poderá ser realizada mais cedo.
Tem-se tornado cada vez mais importante educar os pais e os profissionais de saúde em relação às medidas de higiene e cuidados de rotina diários de forma a reduzir a ansiedade em relação a este tema e a evitar o aparecimento da fimose patológica.
SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DE BRAGA
Este artigo é da autoria da equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS).
A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.
Joana Vilaça
Carla Moreira
Ariana Afonso
Sandra Costa