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Desenvolver a autoestima

A autoestima é a perceção que cada um tem de si mesmo em termos mais afetivos e resulta de um longo processo, determinado por várias experiências ao longo do crescimento.
E a família desempenha aqui um papel decisivo.

O Calvin é uma personagem deliciosa! A brincar vai dizendo aquilo que muitos jovens sentem e pensam e que provavelmente nunca traduziram em palavras. As birras com a mãe, o desinteresse pela escola, os atritos com a professora, as confidências ao seu tigre... Quantas mensagens úteis transmitidas de uma forma divertida!

Neste pequeno excerto faz apelo a um conceito muito importante: a autoestima. Atrevo-me mesmo a dizer que esta é uma das maiores heranças que os pais podem ajudar os filhos a construir. Não lhes poderão transmitir este bem precioso através do testamento, porque a sua transmissão se processa no dia a dia.

O que é a autoestima

A autoestima é a perceção que cada um tem de si mesmo em termos mais afetivos. Esta resulta de um longo processo, determinado por um sem-número de experiências que surgem na sequência do contacto com diferentes contextos. A família, a escola, a sociedade em geral dão permanentemente informações ao indivíduo que são usadas na construção desta autoimagem. Os comentários, os êxitos e fracassos, o estilo educativo parental, os valores e modelos sociais são algumas das pistas que vão sendo transmitidas ao sujeito e que contribuem decisivamente para que este vá construindo uma imagem mais ou menos positiva de si mesmo. A família não é a única responsável nesta construção, mas coloca nela "tijolos muito decisivos".

Como podemos ajudar

Ajudar o seu filho a gostar dele próprio é meio caminho andado para a sua felicidade... Haverá porventura maior herança que esta? O que poderá então fazer desde já para que o seu filho possa, com maior probabilidade, desenvolver uma autoestima positiva? Apesar de não existirem receitas, deixo-lhe algumas sugestões:

Orgulhe-se pelo seu filho ser como é. Ele pode não ser um bom aluno, nem tocar aquele instrumento musical que tanto gostaria, mas tem, com toda a certeza, outras qualidades.

Deve elogiá-lo pelas pequenas e grandes vitórias. Não é necessário, no entanto, passar a vida a dar-lhe reforços positivos. Os pais podem ralhar, chamar a atenção, impor limites, desde que reafirmem sempre a confiança nas capacidades dos filhos e expressem a convicção de que eles são capazes de fazer melhor.

Envolva o seu filho na definição de regras. Estas devem ser discutidas de forma a ficarem bem claras para os pais e para os filhos. Este aspeto é absolutamente indispensável, se ele for adolescente.

Valorize os pequenos progressos que o seu filho for fazendo, sobretudo se se tratar de uma área em que ele apresenta dificuldades.

Se reforçar os aspetos negativos do seu filho, irá contribuir para que se despoletem ainda mais aspetos negativos. A censura, a crítica permanente só contribuem para a destruição progressiva da autoestima.

Não caia na tentação fácil de comparar o seu filho com o primo, o vizinho, o irmão...Ele é um ser único, com um ritmo de desenvolvimento muito próprio e apenas pode ser comparado com ele mesmo. Ajude-o a relativizar os insucessos e a tentar encontrar razões explicativas para estes terem surgido. Quantas vezes o insucesso escolar é atribuído à falta de capacidade.

Se o seu filho é demasiado exigente com ele próprio, ajude-o a definir metas menos ambiciosas. O perfeccionismo é um grande inimigo da felicidade, uma vez que para o perfeccionista, por melhores que sejam os resultados obtidos, são sempre abaixo daquilo que para ele seria desejável.

Se ainda tem dúvidas quanto ao valor desta herança, deixo-lhe alguns dados para refletir.

Os indivíduos com baixa autoestima têm reduzida auto-confiança e, por isso, não acreditam nas suas possibilidades. Vivem centrados nas suas dificuldades e têm baixas expectativas, o que leva a que obtenham baixos resultados nas tarefas. A nível profissional têm grandes dificuldades em definir objetivos, em utilizar estratégias e em tomar decisões.


ADRIANA CAMPOS
Licenciada em Psicologia pela Universidade do Porto, na área da Consulta Psicológica de Jovens e Adultos e mestre em Psicologia Escolar. Detentora da especialidade em Psicologia da Educação e das especialidades avançadas em Necessidades Educativas Especiais e Psicologia Vocacional e de Desenvolvimento da Carreira atribuída pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Atualmente desenvolve a sua atividade profissional no Agrupamento de Escolas do Padrão da Légua em Matosinhos.

A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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