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Nasceu o meu irmão

Por vezes, o nascimento de um irmão pode vir a revelar-se numa etapa muito difícil para uma criança. A ansiedade pode dar lugar ao sentimento de segurança e traduzir-se em alterações de comportamento. Cabe aos pais intervir para ajudar a criança a viver serenamente esta nova etapa da sua vida.

Foram estas as palavras de um pré-adolescente ao recordar o nascimento do irmão. Tinha 6 anos quando o "intruso" se colocara entre ele e os pais.

O nascimento de um irmão pode constituir uma etapa muito difícil na vida de uma criança. Esta que até ao nascimento do irmão ocupava o "papel principal" no contexto familiar sente que, com o nascimento deste, a maior parte do tempo e atenção que lhe eram dedicados pelos pais é canalizada para o irmão mais novo. Para a criança esta mudança de atitude dos pais pode significar que eles já não gostam tanto dela. Por esta razão vai entrar em competição com o irmão, no sentido de conseguir a atenção dos pais e poder tirar vantagens disso. A criança procura defender o seu estatuto privilegiado e tenta minimizar os prejuízos provocados pelo nascimento do irmão.

Todo este processo envolve geralmente ansiedade, que frequentemente se traduz em determinados comportamentos típicos, tais como: regressão no controlo dos esfíncteres (deixar de reter as fezes e a urina), regressão na capacidade de expressão verbal (palavras que já eram pronunciadas corretamente passam a sê-lo de uma forma incorreta) e alterações de humor (birras, choro frequente, etc.). Apesar de estes comportamentos serem normais, eles significam que esta está a ser uma etapa difícil para a criança. Por esta razão, os pais devem intervir ativamente no sentido de ajudar a criança a viver esta nova etapa da sua vida de uma forma mais adequada.

Embora cada caso seja um caso e não existam receitas, gostaria de deixar-lhe algumas sugestões que poderão ajudar a apoiar mais adequadamente o seu filho nesta etapa:

  • O nascimento de um irmão deve ser comunicado à criança antes de ocorrer. Não existe uma forma única de o fazer, o importante é que a explicação seja adequada à faixa etária da criança. Um jogo ou uma história pode ser uma boa forma de comunicar o nascimento do irmão, sobretudo se a criança for muito pequena.
  • Dê ao seu filho a oportunidade de colaborar em todos os preparativos relacionados com o nascimento do irmão: escolher a decoração do quarto, comprar roupas e outros produtos de que o bebé irá necessitar.
  • Após o nascimento, envolva o seu filho o mais possível nas tarefas relacionadas com o cuidar do bem-estar do irmão, mostrando-lhe o quanto é útil a sua colaboração. As tarefas exigidas à criança deverão ajustar-se ao seu nível de competência. Por exemplo, a criança não tem idade para mudar a fralda, mas poderá ir colocar a suja no caixote do lixo.
  • Sempre que seja oportuno chame-lhe a atenção para as vantagens de ser mais crescido: ser grande implica poder comunicar de uma forma mais eficaz e poder deslocar-se de uma forma mais autónoma.
  • Se anteriormente existiam momentos de grande convívio entre a criança e os pais, estes devem continuar a existir. Por exemplo, se ao domingo o pai costumava levar a criança a passear no parque, deverá continuar a fazê-lo, ainda que o tempo dispensado nesta atividade possa ser menor.
  • Seja exigente no cumprimento das regras já estabelecidas antes do nascimento do irmão. Esta exigência deve, no entanto, ser feita de uma forma muito afetuosa, para que a criança não veja nos castigos nem na exigência um sinal de falta de amor dos pais.

Sorria: a tarefa não é fácil, mas vale a pena!


ADRIANA CAMPOS
Licenciada em Psicologia pela Universidade do Porto, na área da Consulta Psicológica de Jovens e Adultos e mestre em Psicologia Escolar. Detentora da especialidade em Psicologia da Educação e das especialidades avançadas em Necessidades Educativas Especiais e Psicologia Vocacional e de Desenvolvimento da Carreira atribuída pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Atualmente desenvolve a sua atividade profissional no Agrupamento de Escolas do Padrão da Légua em Matosinhos.

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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