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Adenoides e amígdalas: quando operar?

Se, por um lado, as amígdalas e as adenoides são parte fundamental do sistema de defesa do organismo, são também focos habituais de problemas (infeções, obstrução).

As amígdalas e as adenoides são estruturas localizadas na garganta, compostas por tecido linfoide. São parte integrante do sistema imunitário do nosso organismo, contribuindo para a produção de anticorpos e células de defesa.
Aumentam de tamanho durante o primeiro ano de vida (aquando dos primeiros contactos com os microrganismos), mantêm-se grandes até cerca dos 4-6 anos de idade, altura em que começam a diminuir de tamanho.

Quando estas estruturas são cronicamente infetadas por bactérias ou vírus, podem estar na origem de infeções de repetição da garganta, mau hálito ou formação de abcessos. Podem também, quando aumentadas, levar à obstrução das vias respiratórias provocando: ressonar, uma crónica respiração pela boca, alterações na face e na dentição da criança e apneias do sono (paragens súbitas da respiração durante o sono). As adenoides aumentadas podem ainda comprometer o arejamento dos ouvidos potenciando infeções ou diminuindo a audição.
No entanto, muitos destes problemas são transitórios, desaparecendo à medida que a criança, com o passar do tempo, vai adquirindo um sistema imunitário mais eficaz.

A amigdalectomia é a cirurgia de remoção das amígdalas. É realizada com o intuito de diminuir as infeções de repetição, melhorar a respiração, a qualidade do sono e o hálito oral. A adenoidectomia é a cirurgia de remoção das adenoides. É realizada com o intuito de melhorar a respiração da criança, o funcionamento do ouvido e de reduzir as infeções do nariz, ouvido e garganta. São das cirurgias mais frequentes em idade pediátrica, e podem ser realizadas em simultâneo se houver indicação para tal.

Existem 2 principais indicações para a realização da amigdalectomia e/ou adenoidectomia:

  • Infeções recorrentes das amígdalas (7 ou mais infeções num ano; 5 ou mais infeções por ano durante 2 anos seguidos; 3 ou mais infeções por ano durante 3 anos seguidos);
  • Perturbação obstrutiva do sono – isto é, há uma alteração da respiração da criança durante o sono, devido ao tamanho das amígdalas/adenoides, o que compromete uma ventilação eficaz – inclui a roncopatia, respiração pela boca e as apneias. Estas crianças durante o dia apresentam sonolência excessiva, problemas de concentração e hiperatividade.

Pode ainda considerar-se a cirurgia se, mesmo sem o critério de infeções recorrentes, a criança apresentar alergia/intolerância a antibióticos utilizados para o tratamento das amigdalites, que tenham apresentado complicações da infeção (como por exemplo, o abcesso periamigdalino) ou em crianças com a síndrome PFAPA (Febre Periódica, Estomatite Aftosa, Faringite e Adenite).
Em casos como a sinusite crónica e as otites de repetição, a adenoidectomia pode estar indicada para melhoria destes problemas.

Quanto à intervenção cirúrgica, esta é realizada com a criança a dormir, sob o efeito de anestesia geral, e tem uma duração média de 45-60 minutos. Pode ser realizada a amigdalectomia e/ou adenoidectomia isoladamente, ou associada a outras cirurgias como a colocação de tubos nos ouvidos ou a redução das conchas do nariz.
Como qualquer cirurgia, existem complicações associadas, embora raras (dor pós-operatória, náuseas e vómitos, dificuldades na deglutição nos primeiros dias e hemorragia).
A dor pós-operatória é habitualmente aliviada com recurso a paracetamol e/ou ibuprofeno.

Durante a cicatrização, é normal o aparecimento de crostas brancas. São transitórias, e não devem ser confundidas com o exsudado característico da infeção. Durante as primeiras semanas do pós-operatório, a criança poderá ainda apresentar alguma tosse, saliva ensanguentada (em pequena quantidade), mau hálito, nariz entupido ou ressonar (devido à inflamação transitória da garganta após a cirurgia).

Portanto, a amidalectomia/adenoidectomia é habitualmente um procedimento cirúrgico simples, de baixo risco, e a sua realização deverá sempre ser uma decisão conjunta entre o médico assistente, o otorrinolaringologista e os pais, de modo a assegurar o bem-estar da criança.

Lara Navarro, Interna de Pediatria no Hospital de Braga, em colaboração com Carla Ribeiro, Interna de Otorrinolaringologia no Hospital de Braga, sob a orientação do Dr.º Luís Dias, Otorrinolaringologista, Diretor do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de Braga.

SERVIÇO DE PEDIATRIA DO HOSPITAL DE BRAGA

Este artigo é da autoria da equipa médica do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga, instituição certificada pelo Health Quality Service (HQS).

A informação aqui apresentada não substitui a consulta de um médico ou de um profissional especializado.

Artigo originalmente publicado no Educare.pt

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